12 mil refugiados sírios estão em deserto na fronteira com a Jordânia

10/12/2015 00h00 - Atualizado há 4 anos

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) e a ONG Human Rights Watch (HRW) pediram nesta terça-feira (8) que a Jordânia acolha 12 mil refugiados sírios atualmente bloqueados no deserto perto da fronteira.

Em comunicado, o Acnur se disse profundamente preocupado com a situação de cerca de 12 mil pessoas que tentam deixar a Síria e que estão bloqueadas nas zonas da fronteira no nordeste da Jordânia em condições humanitárias que se deterioram.

Quase 11 mil pessoas ficaram bloqueadas na passagem de Roqban, uma terra de ninguém situada na zona onde estão as fronteiras da Jordânia, da Síria e do Iraque, a mais de 500 quilômetros de Amã, explicou o Acnur.

Milhares de outros refugiados esperam 90 quilômetros à frente, no ponto de passagem de Hadalat, segundo a mesma fonte.

O número de pessoas na fronteira jordaniana passou em um mês de 4 mil para 12 mil, afirmou o Acnur, explicando este afluxo pela intensificação do conflito na Síria.

Segundo o Acnur, estes refugiados estão cada vez mais sujeitos a doenças como a gastroenterite, infecções das vias respiratórias ou doenças de pele como sarna.

Condições insalubres

Mulheres tiveram que dar à luz em condições insalubres e não higiênicas, lamentou o Acnur, segundo o qual as condições sanitárias que pioram levam a diarreias, vômitos e desnutrição aguda entre as crianças.

Caso os refugiados não sejam admitidos na Jordânia e uma assistência substancial não seja fornecida a eles, suas vidas estarão em perigo, previu o Acnur, pedido prioridade especialmente às mulheres grávidas e aos menores de seis anos.

A HRW pediu em comunicado para que a Jordânia cesse o bloqueio de pessoas nas zonas fronteiriças que estão há meses amontoadas e que as transfira rapidamente para centros de trânsito.

A organização de defesa dos direitos humanos explicou que a maioria das 12 mil pessoas (...) são mulheres e crianças que precisam urgentemente de mais comida, água e uma assistência médica.

Após ter aberto suas portas a centenas de milhares de refugiados sírios no início do conflito em 2011, a Jordânia restringiu o acesso a seu território diante do aumento de poder dos grupos extremistas na Síria.

O Acnur estima que cerca de 600 mil refugiados sírios vivam na Jordânia, enquanto o governo jordaniano afirma que seu número é de 1,4 milhão - cerca de 20% da população do reinado.

Fonte: G1 com Agência Internacional