Estelionato Emocional
A palavra estelionato, é utilizada juridicamente quando existem questões que envolvem recursos financeiros; e quando você faz citações inverídicas a cerca de seu companheiro ou companheira, amigo, ou até mesmo a alguém que você encontra casualmente?
Nossa inteligência emocional nos fornece a capacidade de decidir sermos emocionalmente honestos quando é do nosso interesse, compartilhando os nossos verdadeiros sentimentos.
Há momentos em que não é saudável ou seguro para nós sermos emocionalmente honestos, e o jeito como o faz é que caracteriza o estelionato emocional, quando você engana as pessoas no sentido de tirar qualquer espécie de vantagem.
Sabermos estabelecer equilíbrio emocional e gerir as emoções no nosso dia a dia é preponderante para alcançarmos bem-estar e sermos bem sucedidos nos objetivos a que nos propomos ou na forma como nos relacionamos com os outros.
John Powell, no seu livro, Why Am I Afraid to Tell You Who I Am? diz-nos que: “A maioria de nós sentimos que os outros não vão tolerar a nossa honestidade emocional, e por essa razão preferimos defender a nossa desonestidade, alegando que isso poderia ferir os outros, e tendo racionalizado a nossa falsidade em nobreza, contentamo-nos com relacionamentos superficiais.”
“Aquele que não ousa ofender não pode ser honesto.” – Thomas Paine
Se gerir as nossas emoções no que diz respeito à forma como lidamos com os sentimentos que temos acerca de nós mesmos não é tarefa fácil, o que dizer daquilo que sentimos acerca dos outros, ou em relação aos outros significativos?
Para ser emocionalmente honesto, devemos primeiro trabalhar a nossa consistência ou musculatura emocional. Essa musculatura emocional está relacionada com a nossa inteligência emocional. É a nossa inteligência emocional (autocontrole, empatia, auto motivação, autoconsciência, habilidades na relação com os outros) que combinada com a capacidade de identificar com precisão os nossos sentimentos, permite-nos sermos emocionalmente honestos.
No entanto, porém, acredito que seria melhor individualmente e para a sociedade, se na grande maioria das situações e durante a maior parte do tempo fossemos emocionalmente honestos.
Quando conseguimos ser emocionalmente honestos conosco mesmos promovemos o auto conhecimento, ficamos com mais clareza para conhecer o nosso “verdadeiro eu” a um nível mais profundo. Quando conseguimos expressar adequadamente aquilo que sentimos damos um passo no caminho da auto aceitação. Com um nível mais elevado de auto conhecimento e uma melhor auto aceitação ficamos mais propensos a conseguirmos melhores escolhas na vida.
Quando a nossa atitude é emocionalmente honesta com os outros, certamente aumentamos a probabilidade deles nos espelharem. Quando estamos cientes dos nossos sentimentos, convivemos com eles e sabemos interpretá-los, estamos mais aptos para fazer as coisas da forma que achamos que nos serve melhor, evitando comportamentos indesejados e desajustados. Ficamos ainda numa posição favorável para respeitarmos os nossos sentimentos sem que necessariamente nos perturbem.
Somos seres que inevitavelmente temos de caminhar de mãos dadas com a razão e com a emoção, ambas são parte intrínseca de nós. A nossa espécie chegou aos dias de hoje aprendendo a articular estas duas partes antagônicas, que quando conhecidas e bem geridas se completam em harmonia elevando a sabedoria e crescimento do ser humano.
Os casais que compartilham um maior grau de intimidade e realização em conjunto, não são os que têm poucos conflito ou o mínimo de transtornos, mas sim aqueles que estão dispostos a relacionar-se de forma honesta e expressando a sua sensibilidade. Neste tipo de inter relação e atitude perante o relacionamento, promovem-se e desenvolvem-se as habilidades de comunicação e aprendem a lidar respeitosamente com as diferenças que inevitavelmente surgem, até mesmo nos melhores relacionamentos. Eles são, como Daniel Goleman diria, “emocionalmente inteligentes”
Para propor-se à aventura da honestidade emocional consigo mesmo e nos seus relacionamentos, é importante pensar que tem de estar disposto a lidar com um conjunto de emoções, competências e habilidades.
Defendo que se quisermos ou tivermos o desejo de viver uma vida próspera ao invés de uma vida insalubre e ausente de significado, é importante estarmos dispostos a enfrentar alguns dos nossos medos, não nos deixarmos paralisar pelo passado e assumir que inevitavelmente teremos de enfrentar algumas adversidades que fazem parte da vida e da própria dificuldade de atingir algumas das nossas metas.
O coaching é a melhor forma para acessarmos a “caixa de ferramentas emocionais” para termos sucesso em nossa aventura pelos caminhos da honestidade emocional.